sexta-feira, 30 de setembro de 2011


Uma homenagem que conforta

Postado em 30 de Setembro de 2011 às 11:09 na categoria reminiscências
Renata e RodrigoRenata com Rodrigo

Fiquei feliz ao saber que por meio do projeto de Lei no. 961/2011, do vereador Marcelo Palinkas, aprovado por unanimidade, Ribeirão Preto terá uma rua com o nome de Rodrigo Pereira Canales, jovem que faleceu em julho de 2011, aos 20 anos de idade.  Este ato de certa forma eterniza a rápida passagem que ele teve neste mundo e é um alento a sua família e amigos.
Não tive oportunidade de conhecer Rodrigo. Conheço, profissionalmente sua mãe, Renata Canales, uma jornalista, professora e escritora muito respeitada por seu trabalho sério. Pelas redes sociais, acompanhei dia a dia a sua dor, colocando-a sempre em minhas orações e pedindo a DEUS para que a ajudasse a aceitar e suportar este acontecimento. Agora acompanhei a sua alegria ao ver o projeto aprovado. A sensação que tive é que esta homenagem à memória do filho lhe causou conforto, e só por isto já é válido.
Recentemente acompanhei também a emoção de Glória Nader, mãe de Matheus Nader Nemer, que também morreu prematuramente e que foi homenageado com o nome de uma praça na zona sul de Ribeirão Preto. Glória é de família tradicional de Batatais, e assim como Renata só tinha um filho. A homenagem feita pelo Red Hot Chili Peppers no Rock in Rio para o filho da atriz Cissa Guimarães, Rafael Mascarenhas, que era apaixonado pela banda e foi vítima de um acidente trágico no ano passado, também é um exemplo de como  uma manifestação de carinho póstuma a um filho falecido, comove não somente a mãe mas todos aqueles que tiveram conhecimento do fato e se solidarizaram com esta dor.
Como mãe, não consigo dimensionar a dor de ver um filho cheio de vida e de planos deixar prematuramente este mundo. A fé, o apoio dos amigos, da família... as lembranças... orações... tudo soma-se na tentativa de confortar aos familiares que passam por um momento difícil deste. A sensação de impotência em mudar o rumo da história, em reescrevê-la, vem à tona. É um exercício de humildade, de aceitação e de fé.
Sinto que colocar o nome de um jovem bom que morreu prematuramente em uma rua é uma forma de deixar para sempre vivo o amor, principalmente o materno, que é tão nobre. Este pequeno ato burocrático e que pode parecer irrelevante para alguns alegra o coração sofrido de algumas mães, que representam tantas outras que já passaram por isso, infelizmente. Em palavras da própria Renata Canales ao saber da aprovação da lei: “Acredito que esta rua não é apenas uma homenagem ao meu filho, mas ela significa a rua da amizade, do amor”.
É isso aí Renata, é só o amor.... e como cristã que sou, para mim uma das leituras mais bonitas da Bíblia está em Coríntios 13, e segue abaixo para a reflexão de todas as mães, que amam, acima e apesar de tudo.

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.
Ana Cândida Tofeti

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